Lucas
12:35-45
1. Tema: Vigilância para a Volta de Cristo
2. Propósito Específico: Levar a igreja
hoje a reavivar a atitude de vigilância para a volta de Cristo, preparando-se
espiritualmente e cumprindo com alegria a missão.
3. Propósito Geral: Ânimo.
4. Palavra chave: Bênçãos
Introdução
1. Saudação: É para mim um motivo de
alegria poder estar junto a estes irmãos que também esperam a Volta de nosso
Senhor Jesus.
2. Frase alusiva: Não faz muito que
cheguei ao mundo, mas já posso perceber que vocês são pessoas que esperam,
esperam e esperam. Esperam na fila do banco, no caixa da loja, esperam o sinal
abrir, esperam na hora marcada e esperam pelo Natal. Vocês esperam pelos
amigos, que já estão quinze minutos atrasados; esperam, esperam por tudo. E, às
vezes, nessa espera surge a inquietante pergunta que rói por dentro: “Vale a
pena?” Existe alguma coisa de valor na vida pela qual vale a pena esperar?
3. Texto: Lucas 12:35-45. Leiamos os
versos 37 a 40.
a. É
evidente que Jesus quis ligar o tema da vigilância da parábola com o tema de
sua segunda vinda. Dos evangelistas, Lucas é o que mais se preocupa com o
problema da demora em relação com a vinda do Senhor. Era um problema que
começava a afligir aqueles que havia mais de trinta anos aguardavam a vinda de
Cristo em glória. Havia na igreja pessoas que estavam perdendo a esperança.
Outros estavam se tornando negligentes. Um número crescente dizia: “Meu Senhor
tarda em vir” (v.45), e se entregavam a uma conduta indigna de alguém que
professava crer em Cristo.
b. Foi
antecipando este estado de coisas na igreja, quando a verdade da segunda vinda
estava sendo posta em dúvida por muitos, uns de modo tímido e velado, outros de
modo ostensivo e zombeteiro, que Jesus pronunciou esta e outras parábolas,
enfatizando a necessidade de orar e vigiar.
4. Proposição: Os servos vigilantes que esperam
a vinda de Jesus desfrutam de bênçãos presentes e futuras.
5. Pergunta de transição: Que bênçãos
desfrutam aqueles que esperam a vinda do Senhor?
6. Frase de transição: Os que esperam o
Senhor são bem-aventurados, amam seu Senhor, são recompensados e considerados
mordomos.
I. O SERVO VIGILANTE É UM BEM-AVENTURADO E AMA
SEU SENHOR.
1. Lição: A vigilância não é um fardo, o
faz feliz se ama o Senhor.
2. Texto prova: Três vezes Jesus pronuncia
uma bem-aventurança sobre os servos que
forem encontrados vigilantes: “Bem aventurados aqueles servos a quem o Senhor
quando vier encontrar vigilantes” (Lucas 12:37, 38 e 43).
a. Jesus
usa o plural tanto no verso 36 como no 37 porque, louvado seja Deus, sempre houve
e sempre haverá servos vigilantes que “esperam pelo seu Senhor”. Não são como
aquelas dez virgens que adormeceram enquanto aguardavam o aparecimento do
noivo. Os servos vigilantes estão no posto do dever dia e noite. Absolutamente
não querem ser tomados de surpresa. Sabem que não basta vigiar uma hora ou
duas. Precisam estar alerta a noite toda, se preciso for.
b. Os
antigos costumavam dividir a noite em quatro vigílias: do pôr-do-sol as nove
aproximadamente, das nove à meia-noite, da meia-noite as três, e das três ao
nascer do sol. Naturalmente as vigílias mais críticas eram a segunda e a
terceira. Daí Jesus dizer no verso 38: “Quer ele venha na segunda vigília, quer
na terceira, bem aventurados são eles se assim os achar”. Bem-aventurados se os
achar vigilantes, ainda que as horas se prolonguem, ainda que a noite seja fria
e tempestuosa. O servo fiel não consulta seus sentimentos ou a sua
conveniência. Os sentimentos diriam que ele fosse descansar. Mas o dever exige
que permaneça vigilante custe o que custar.
c. Não
havia iluminação pública naqueles tempos, nem mesmo lampiões a gás. Era
perigoso perambular pelas ruas escuras na calada da noite. Assaltos noturnos,
embora raros, não eram desconhecidos. A parábola fala com efeito, de ladrões
que arrombavam casas na surdina de uma noite escura. Mas se o seu Senhor não
voltar até a meia-noite, o servo vigilante estará no posto, mesmo que seja na
terceira vigília. (verso 38)
d. Exigia-se
fé na palavra do seu Senhor para que o servo continuasse vigiando toda à noite.
Quando tentado pelo cansaço ou pela dúvida a abandonar sua expectativa
vigilante, lembrava-se de que seu Senhor prometera voltar e sua palavra não
podia falhar.
e. Passaria
a noite em claro, se preciso fosse, mas não queria ser tomado de surpresa, e,
menos ainda, desapontar seu mestre. Teria tudo preparado. No momento em que seu
Senhor batesse a porta, queria abrir-lhe de imediato.
f. O
bom servo sobre o qual uma benção é pronunciada é movido não só pelo sentimento
do dever: preciso estar vigiando quando voltar meu Senhor; mas é movido pelo
sentimento de amor: eu quero estar pronto quando meu Senhor voltar. Eu o amo,
e, de modo algum quero desapontá-lo. Fosse apenas o sentimento do dever que o
animasse, as horas de esperança pareceriam longas e penosas. Mas por que ama a
seu Senhor, nenhum sacrifício lhe parece demasiado grande. Como para Jacó
outrora, os anos de espera por Raquel “lhe pareceram como poucos dias, pelo que
muito amava” (Gn 29:20), assim para o servo que ama a seu senhor as horas lhe
passam rapidamente. Está de tal modo ocupado com os preparativos, que não
percebe as horas escoarem. É o servo ocioso que conta às horas e para quem a
espera parece interminável.
3. Ilustração: No começo do século
exploradores noruegueses, ingleses e americanos estavam competindo para ver
quem seria o primeiro a chegar ao Pólo sul. Ente eles estava o inglês Shakleton
e sua equipe. O breve Verão da Antártida e as condições climáticas foram-se
tornando cada vez mais difíceis. Finalmente Shakleton foi obrigado a abandonar
a tentativa e voltar para a costa. Sem perda de tempo, Shakleton embarcou num
pequeno bote a procura da base mais próxima onde esperava obter socorro. Mas
assegurou a seus companheiros que voltaria para buscá-los. Obteve de fato um
bote maior e voltou, mas conseguiu atingir o ponto da costa onde seus
companheiros se encontravam. Os canais entre as ilhas estavam se congelando e
tornavam a navegação quase impossível. Tentou uma segunda vez e falhou. Na
terceira vem descobriu um canal livre que o levou até onde seus companheiros
estavam. Embarcaram o mais rapidamente possível antes que o gelo lhes impedisse
a volta. Já longe do perigo, Shakleton lhes perguntou: “Como é que vocês
estavam de malas prontas?” A resposta foi: “Sabíamos que você havia de voltar,
e queríamos estar preparados. Assim todas as manhãs aprontávamos a bagagem e
ficávamos a sua espera. Shakleton prometeu voltar e cumpriu sua palavra. Nosso
Senhor prometeu voltar e cumprirá sua palavra.
4. Aplicação: Já considerou que esperar Jesus hoje é um
motivo de alegria para os que O amam?
a.
Busque esta alegria que existe em esperar nosso Senhor.
Alegria esta encontrada em nosso Senhor quando esteve entre nós, ao buscar
pecadores perdidos e conduzi-los a salvação.
b.
Quantos hoje olham para o futuro e o vêem sombrio, não
tem o que esperar, não tem esperança. Os que amam a Jesus tem esperança, Ele voltará.
c.
Além do amor o qual nos torna bem-aventurados pelo
Senhor, qual benção mais podemos esperar de nosso Senhor?
II. O SERVO VIGILANTE SERÁ
RECOMPENSADO
1. Em
primeiro lugar teremos a recompensa eterna na volta de Jesus.
a.
Lição: Os
que esperam o Senhor não sofrerão perdas, pelo contrário, são recompensados na
volta de Cristo.
b. Texto prova: Lucas 12: 37,44.
1) O
fato de o Senhor encontrar os servos vigiando, apesar do adiantado da hora, é
considerado tão extraordinário que o Senhor em vez de assentar-se à mesa para
ser servido, cinge-se, faz os servidores sentarem-se à mesa e os servem. Os
servos são tratados como senhores pelo simples fato de serem vigilantes. Isto
indica como a virtude da vigilância é de alto valor aos olhos do mestre.
c.
Ilustração: A
Bíblia trás muitas referências da Nova Terra onde os salvos habitarão. Um lugar onde não haverá mais o
pecado, a tristeza, discórdia, morte... O Apocalipse descreve a nova Jerusalém
que desce do céu, é o início da restauração de nosso planeta e ali sim se
cumprirá o propósito de Deus para com o homem.
d.
Aplicação: Já
pensou que a esperança na volta de Jesus já nos é uma recompensa pois, como
pecadores, o que temos de direito? Morte!, mas o Senhor nos oferece vida!
1)
Estamos vigiando quando estamos em comunhão com Deus,
temos a cada dia contato com a Bíblia, buscando orientação e poder para sermos
vitoriosos.
2)
Também estamos vigiando quando mantemos uma vida de
oração, pedindo a Deus que nos use a cada dia para que possamos ser
instrumentos para o cumprimento de sua vontade.
3)
Existe uma esperança que se completará no futuro na
Volta de Cristo quando este planeta for restaurado e, “Ele enxugará de seus
olhos toda lágrima: e não haverá mais
morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras
coisas são passadas.” (Apoc 21:4).
2. Em
segundo lugar vejamos a recompensa nesta vida.
a.
Lição: Os
que esperam o Senhor tem sua recompensa não só no futuro mas já nesta vida.
b.
Texto prova:
Lucas 12:37, 38.
1)
O servo vigilante da parábola não fica esperando um
momento futuro quando será recompensado, ele já desfruta do gozo, alegria de
esperar seu Senhor. Esta alegria é uma grande bênção para sua vida.
c.
Ilustração: José
do Egito, sofreu abandono por parte dos irmãos, vendido como escravo, sofreu
provações, prisão, mas permaneceu fiel e foi recompensado tornando-se
governador.
1)
Daniel, perseguido por sua fidelidade a Deus, jogado na
cova dos leões, tornou-se um dos principais do reino.
2)
Jó, perdeu tudo, bens, família, amigos até sua esposa
se tornou contra, foi plenamente recompensado por sua fidelidade.
d.
Aplicação: A
recompensa nesta vida nem sempre diz respeito a assuntos materiais, com
respeito a bens, negócios bem sucedidos, apesar de que esta também pode ser uma
realidade na vida cristã. A maior recompensa que podemos ter hoje ter que ver
com os benefícios espirituais.
1)
Os que esperam o Senhor tem Paz, a certeza do perdão,
alegria cristã, a presença de Jesus...
2)
Você é capaz de acrescentar mais itens a esta lista de
bênçãos que recebemos por ter esperança em Jesus, o que você tem experimentado
na sua vida?
3)
O servo vigilante, não é tratado só como servo...
III. O SERVO VIGILANTE É UM MORDOMO
1. Lição: Os que esperam o Senhor não são
considerados só servos, são mordomos.
2. Texto prova: Jesus formula uma pergunta
geral destinada à consciência de cada um; “Quem é pois, o mordomo fiel e
prudente, a quem o Senhor confiará aos seus conservos para dar-lhes o sustento
a seu tempo? (v.42).
a. Em
Lucas 12:40, Jesus relaciona a parábola com a sua segunda vinda: “Ficai vós bem
apercebidos, porque a hora que não cuidais, o filho do homem virá.” Merece nota
o fato de Jesus empregar a mesma expressão usada em Daniel 7:13: “Um como o
filho do homem... dirigiu-se ao Ancião de dias, e O fizeram chegar até Ele.”
b. Pedro
aparentemente se surpreendeu quando Jesus, voltando-se em particular aos doze
discípulos, lhes disse: “Ficai também vós apercebidos, porque a hora que não
cuidais, o filho do homem virá. Que outros precisam ser advertidos quanto à
necessidade de vigilância, ele não tinha a menor dúvida. Mas, em sua opinião,
ele, Pedro, e os demais apóstolos eram imunes ao perigo do sono e do descuido.
Daí, sua pergunta petulante; “Senhor proferes esta parábola para nós?” (v.41).
Eles que conviviam com o Mestre havia anos, como podiam ser tomados de surpresa
pela segunda vinda de Cristo? Estas advertências cabiam a multidão iletrada e
indiferente, mas certamente não a eles.
c. Jesus
não respondeu a Pedro diretamente. Pedro devia ter suficiente discernimento
para saber a resposta. Com efeito, quem mais devia dar ouvidos ao apelo à
vigilância era Pedro. Não foi a Pedro que Jesus diria mais tarde: “Simão,
Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu pois, quando te converteres,
fortalece os teus irmãos?”
d. Não
obstante esta advertência, não dormiu Pedro no Getsêmani, quando devia vigiar e
orar? Não foi Pedro tão confiante em si mesmo, que na corte do sumo sacerdote
havia de negar a Jesus, não uma, mas três vezes?
e. Jesus
não responde diretamente a dúvida de Pedro, mas formula uma pergunta geral
destinada a consciência de cada um; “Quem é pois, o mordomo fiel e prudente, a
quem o Senhor confiará aos seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
(v.42).
3. Ilustração: Alguém disse que há duas
maneiras de ouvir um sermão. Uns ouvem o sermão com um garfo de agricultor, e
toda vez que uma verdade incisiva é pronunciada, dizem: Isto é para fulano;
isto é para sicrano, e como resultado, saem da igreja vazios. Outros, ao
contrário, ouvem o sermão com o ancinho. Toda vez que o pregador faz um apelo,
ou toca em algum pecado, eles dizem: Isto é para mim. E como resultado, saem da
igreja enriquecidos espiritualmente.
4. Aplicação: Pedro achou que Jesus estava
falando para outros e não para ele. “Senhor proferes esta parábola para
nós...?” Que espécie de ouvintes somos nós? Ouvimos com um garfo na mão ou com
um ancinho?
a. Pedro
é mais que um servo. Ele é um mordomo com maiores responsabilidades. Ele
recebeu muito e dele o Senhor muito esperava. Se os servos devem ser
vigilantes, quanto mais o mordomo que atua como chefe da casa na ausência de
seu Senhor?
CONCLUSÃO
1. Recapitulação: Que concluímos do
diálogo de Jesus com Pedro, senão que ninguém está hoje tão seguro em sua
convicção cristã, que esteja longe do perigo de tropeçar, que careça de uma
vigilância constante para não cair em tentação? Como diz o verso 41, a parábola
é adereçada a todos, jovens e velhos, pessoas recém batizadas, bem como aquelas
que foram batizadas há anos, tanto a leigos como a ministros ordenados, tanto
ao discípulo mais humilde como ao apóstolo.
a. Ao
mordomo, o Senhor confia os seus conservos para zelar pelo seu bem-estar
material e espiritual. Em certo sentido todos somos mordomos ou despenseiros
dos mistérios de Deus. Que requer o Senhor dos seus despenseiros? O que Deus
requer, segundo o apóstolo Paulo, é “que cada um deles seja encontrado fiel” (I
Cor 4:1-2).
b. Sim,
Deus tem bênçãos aos servos vigilantes!
1) O
Servo é amado e bem-aventurado (feliz).
2) O
Senhor recompensa o servo vigilante.
3) O
Senhor considera este servo que vigia um mordomo.
2. Aplicação: Conta-se que um turista ao
passar pela Suíça, deparou-se com um jardim magnífico muito bem cuidado.
Impressionado, perguntou ao jardineiro idoso:
- Seu patrão mora nesta bela casa?
- Sim esta casa pertence a meu patrão.
- Está ele em casa? Gostaria de
cumprimentá-lo pelo jardim tão belo.
- Mas meu patrão está ausente.
- Não mora ele aqui?
- Não, mora no estrangeiro.
- Ele deve vir freqüentemente visitar a
propriedade, não é mesmo?
- Não ele só vem raramente.
- Mas o senhor zela pelo jardim como se
ele viesse amanhã...
- Não senhor, eu zelo como se ele viesse
hoje.
a. Que
qualidade de servos somos nós? Servos que esperam que seu senhor venha amanhã
ou servos que esperam como se seu senhor viesse hoje?
b. Como
está sua esperança na breve volta de Jesus? Está como na ocasião em que
conheceu esta esperança? Tem alimentado o desejo de ver Jesus? Você é feliz por
esperar Jesus?
3. Apelo: Querido irmão, hoje te convido a
adotar a atitude do servo vigilante.
a. Hoje
te convido em nome do Senhor Jesus, a gozar a alegria que existe em esperar
Jesus, assim passe mais tempo lendo a Bíblia, orando ao Senhor...
b. Também
o convido a desfrutar a recompensa de ser um servo vigilante.
c. Hoje
te convido a usufruir o gozo de ser mordomo fiel do Senhor, anunciando as boas
novas de um Salvador que virá a este mundo, que caminha a destruição.
d. Oremos.
José Ricardo Ferrer
Julho 2003 - UNASP
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