“Então,
lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os
repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a
mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em
verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira
nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as
abençoava” (Mc 10.13-16).
INTRODUÇÃO
Três atitudes chamam
a atenção logo no início do texto: iniciativa de levar as crianças a Jesus
(v. 13 “então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse”) – o
texto não explicita quem levou a Jesus estas crianças, mas evidencia desde já
que não haverá encontro das crianças com Jesus sem uma iniciativa clara,
concreta, objetiva dos adultos promovendo este encontro; resistência dos
discípulos em permitir o contato das crianças com Jesus (v. 13 “mas os
discípulos os repreendiam”) – os discípulos que estavam sendo treinados
para serem canais de aproximação viveram o papel oposto de canais de separação;
a indignação de Jesus diante da atitude dos discípulos (v. 14 “...
Jesus, porém, vendo isto, indignou-se...”) – Jesus tem “indignação” com a
postura errônea dos discípulos, uma profunda insatisfação que imediatamente se
transformou numa repreensão firme e sábia, na qual Ele os ensinou e ensina nós sobre
o que é encaminhar para a graça.
Podemos aplicar o termo ‘crianças’ a 3 classes de pessoas hoje.
1
CRIANÇA COMO SER HUMANO
Os discípulos não podiam alegar ignorância quanto
ao projeto de Jesus para as crianças. Segundo Marcos (ver
9:36-37), antes deste episódio de nosso estudo, Ele mesmo lhes trouxe uma
criança, colocou-a nos seus braços e com elas nos braços lhes disse: “qualquer
que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e
qualquer que a mim me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou”.
Mas, apesar disto, eles estavam profundamente indiferentes quanto ao dever de
serem facilitadores do contato das crianças com Jesus. Aqui está um grande paradoxo:
os pais e discípulos, pessoas separadas por Deus para conectarem as
crianças com Jesus, são muitas vezes os que “criam embaraços” =
impecilhos, obstáculos, barreiras, dificuldades para que elas experimentem da
graça de Jesus. Nosso maior desejo e propósito não é apenas o batismo em si
mas prepara-las para o Reino dos Céus.
PEDRAS DE TROPEÇO PARA CRIANÇAS
Não sendo Exemplo
Quer que seu filho ore, que ele lhe
veja orando, quer que ele vá a igreja sempre... então leve-o)
Quando achamos que Jesus não tem
interesse por elas
No começo do capítulo (10:1) Jesus estava
atendendo multidões, mas Ele, apesar das grandes demandas ministeriais, arrumou
tempo para atender as crianças. Criança tem lugar permanente no coração de
Jesus!
Quando não conduzimos as crianças até
às oportunidades comunitárias de encontro com Jesus
Cultos, Escola sabatina, Pequenos
Grupos, Desbravadores, etc...
Quando não criamos no lar uma atmosfera
facilitadora do aprendizado cristão
A TV proporcionará aprendizado nocivo,
a rua o fará, más companhias, internet, ...
Quando nos tornamos, pelo nosso
comportamento, em pedra de tropeço
Crianças sempre estão antenadas,
conectadas, permanentemente ligadas no que os adultos fazem.
Quando impedimos que tomem a decisão
por entregar-se a Jesus.
De certa maneira agimos como os
discípulos quando impedimos juvenis conscientes e preparados para
batizarem-se. Não demonstramos como os
discípulos, alegria por desejarem se aproximar de Jesus. Quando pequenos querem
ver Jesus e se os impedimos... quando adultos podem crucifica-lo.
2. CRIANÇA COMO BEBÊ ESPIRITUAL
Jesus tratou esta questão de forma tão séria que
pouco antes deste fato que estudamos Ele disse aos discípulos: “quem fizer
tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse
ao pescoço uma grande pedra de moinho e fosse lançado ao mar” (Mc 9:42).
PEDRAS
DE TROPEÇO PARA NOVOS NA FÉ
Falta de exemplo em questões espirituais.
Não existe coisa pior do que alguém que está começando sua caminhada
espiritual ver um ‘adulto’ na fé cometendo erros peculiares de crianças.
Falta de compreensão de que é alguém em crescimento
espiritual.
Muitas vezes não compreendemos que as pessoas precisam acostumar-se com
a nova vida e que vão enfrentar oscilações. É normal que uma criança erre
sucessivas vezes antes de aprender como e quando fazer.
Falta de atendimento ás necessidades emocionais e
relacionais
Uma criança que não é atendida em suas necessidades de afeto, amor e
atenção torna-se um adulto problemático. A mesma coisa acontece com as crianças
espirituais.
Quando não os ensinamos a serem cristãos já no começo da
caminhada.
Muitos apenas mostram os conhecimentos da Palavra de Deus até o momento
que a pessoa possa estar apta a tomar a decisão pelo batismo. Não nos
preocupamos em ensina-los e incentiva-los a ter uma vida de comunhão com Deus,
realizarem o culto familiar, estudarem a lição da escola Sabatina, fazer o
culto de por do sol ou dar um estudo bíblico. Deixamos tudo isso para depois do
batismo. É como se trocassemos os pais da criança quando ela atinge uma certa
idade. Vai dar certo? A pessoas geralmente ensinam da maneira com que foram
ensinadas.
3. CRIANÇA COMO O INTERESSADO
Assim como a criança o interessado também está aprendendo a conhecer a
Jesus e dEle depender. Ainda não se tornou filho mas já considera ser
adotado...
PEDRAS
DE TROPEÇO PARA INTERESSADOS
Não viver o que prega
Nosso maior testemunho é nossa maneira de viver. Conhecimento sem
prática leva á hipocrisia tão condenada por Jesus. A sinceridade das crianças é
uma das características que Jesus queria ressaltar como faltantes nos judeus.
Falta de carinho e amor cristão
Uma criança sem amor torna-se um adulto extremamente problemático.
Quando interessados não vêem o amor cristão na prática até preferem buscar
igrejas sem a verdade mas com amor de verdade.
Pouca ou nenhuma atenção
Crianças só gostam e se sentem seguras com pessoas que lhes sorriem e
lhes deêm atenção. De igual modo interessados não voltam se não são tratados
como importantes e suas dificuldades como urgentes.
Desinteresse pelos afastados
Não há nada que afaste mais as pessoas do que mostrar desconhecimento ou
desinteresse por aqueles que se afastaram. Isto cria insegurança e falta de
convicção na verdade. Naturalmente a pessoa pensará: Se é assim com que já foi
poderá ser comigo quando eu falhar... Uma criança precisa de segurança e seu
espirito perdoador é marcante.
CONCLUSÃO
1. As crianças são
exemplo para nós no que tange à entrada no Reino de Deus
Nossa missão é levar pessoas para o Reino
de Deus. Nossos filhos, nossos amigos, vizinhos, etc. Este deve ser nosso maior
desejo. A Igreja não é fim do processo é o meio que leva ao fim. Nossa
preocupação desde nossos filhos, passando pelos recém conversos até aos
interessados é vê-los nos céus juntamente de nós.
2. As crianças precisam
hoje da bênção de Jesus por meio do nosso abraço e das nossas mãos (v. 16 “então,
tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava”). Quem é
hoje, para a criança, o colo de Jesus, o abraço de Jesus, o chamego de
Jesus, o beijo de Jesus, a palavra amiga de Jesus, o toque abençoador de
Jesus? Somos o exemplo de Cristo hoje para nossos filhos, nossos amigos, etc.
3. A criança é a Igreja de hoje, e não a Igreja de
amanhã como fomos ensinados. Nossos filhos,
nossos novos irmãos e nossos futuros irmãos são a Igreja do presente. Porque se
não estamos trabalhando com o que temos agora jamais teremos futuro.
APELO
"Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no
teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-se e ao levantar-se. Também as atarás
como sinal na tua mão e serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás
nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas". Deuteronômio 6:6-9
- Inculcar no hebraico significa costurar no
coração. Você pretende inculcar as palavras que você ouviu neste sermão nos
teus filhos, novos irmãos e futuros irmãos?
Paulo
Lopes
Associação
Catarinense IASD
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